Orientações para os Visitantes
É fundamental que o consulente saiba que existem situações que não devem ser expostas ou pedidas às entidades.
Um Terreiro de Umbanda é um complexo formado por várias situações, desde as entidades que se manifestam até os médiuns que são os intérpretes dos espíritos. Achar o equilíbrio deste complexo mundo é um desafio a qualquer dirigente de Terreiro. Obviamente cada um deles tem suas normas, formas e maneiras de atender aqueles que buscam solução para suas dificuldades. Falar com as entidades, ouvir seus conselhos e buscar a cura física ou espiritual é o objetivo daqueles que têm fé.
Para que aja um entendimento correto, algumas situações devem ser colocadas, dentre as quais a importância que tem o público visitante como sustentáculo do Terreiro. Pouca gente sabe, mas terreiro sem público não tem como se manter. Se o objetivo das entidades é fazer a evolução dela e de seu cavalo através da caridade, sem as consultas eles ficariam sem ação. É importante que isso seja dito.
Como já falamos, cada terreiro tem suas próprias regras, mas vou mencionar como é feito o atendimento Na casa da Vovó Joaquina, que de certa forma não foge à norma geral.
Quando o visitante entrar no Terreiro, do lado esquerdo existe uma casinha fechada chamada Tronqueira, é onde ficam as seguranças da Casa. Ao passar em frente o visitante deve saudar com todo o respeito essa Tronqueira.
Na chegada a pessoa recebe uma senha que será oportunamente chamada para a consulta com a entidade. Diante da entidade o seu comportamento deverá ser de espera, aguardando a iniciativa da entidade ou do cambono. Inicia-se a conversação e a consulta propriamente dita. O consulente não deve ter intimidade com a entidade, ser respeitoso e expor os problemas na medida que for convidado para fazer isso. Jamais deve o consulente perguntar o que a entidade tem a dizer. Isso é condenável por parecer que a entidade está sendo testada. Qualquer dúvida deve ser dirimida pelo cambono que é o auxiliar da entidade, interprete do consulente e ainda o fiscal do Terreiro.
Os limites do consulente
Todos devem saber que uma entidade incorporada tem um limite de ação que vai até a capacidade e a qualidade do médium. Já falamos em outro local que quem responde as consultas é a 3ª. energia criada com a união dos espíritos do médium e da entidade. A entidade em sua sabedoria e informações é ilimitada, mas ao se unir com o espírito do médium tem a sua limitação até a capacidade, como disse, do próprio médium. É fundamental que o consulente saiba que existem situações que não devem ser expostas ou pedidas às entidades. Tudo que ferir o bom senso, a ética, o respeito e a honestidade não podem ser pedidos. Coisas às vezes triviais até são atendidas com certo carinho pelos espíritos, porque a eles o que interessa é fazer o bem, mesmo que seja uma banalidade. Mas os limites existem e não devem ser questionados. Não deve consultar na mesma gira com duas entidades. Seria a mesma coisa que tomar dois remédios diferentes para a mesma doença.
Desconfiem dos médiuns que:
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Espírito que estiver ingerindo álcool em demasia. O espírito não precisa beber e se isso ele faz é para amortecer o médium;
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Espírito que fica baforando charuto na cara do consulente. Uma entidade com a sua alta sabedoria e sensibilidade deve saber que isso faz mal e não é o único processo para limpar eventuais miasmas do consulente;
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Espírito que para transmitir energia fica apalpando o consulente. É falta de conhecimento e intromissão do médium. A entidade sabe o limite do perispirito do consulente que é onde devem ser depositadas as energias curadoras;
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Espírito que manda acender velas de outras linhas. Por exemplo um Preto Velho manda acender vela de Exu, ou Caboclo manda acender vela de Preto Velho. Cada entidade manda acender, ser for o caso, a vela da cor de sua linha. O que ele pode é sugerir ao consulente que consulte em outra linha, mesmo assim sem compromisso com o cavalo que está usando. Isso seria nova consulta direcionada, o que não é habito na Casa da Vovó Joaquina.